Jesus não menciona a palavra Purgatório no Evangelho, mas usa a palavra “prisão” em várias passagens. A Igreja chama de Purgatório ao lugar de expiação, de purificação. Nesta passagem, Jesus fala do tribunal onde seremos julgados depois da morte por Deus, nosso Juiz. Cada dívida e centavo se referem a cada pecado que precisamos pagar.
Mateus 5, 22-26 lemos: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra o seu irmão terá de responder no tribunal. Aquele que chamar a seu irmão de patife estará sujeito ao julgamento do Sinédrio. Aquele que lhe chamar de ‘louco’ terá de responder na geena de fogo. (…) Procura reconciliar-te com o teu adversário enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás enquanto não pagares até o último centavo.”
Em Lucas 12, 45-48: “Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém mais se há de exigir.”
Em Lucas 12, 58-59, Jesus disse: “Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo.”
Na Parábola do Servo mau, em Mateus 18, 27-35, Jesus disse no final: "Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e lhe perdoou a dívida. Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Ele o agarrou na garganta e quase o estrangulou dizendo: 'Paga o que me deves!' O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: 'Dá-me um prazo e eu te pagarei!' Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida. Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado. Então o senhor o chamou e lhe disse: 'Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste. Não devias também tu ter compaixão de teu companheiro, como eu tive piedade de ti?' E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida. Assim vos tratará meu Pai Celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração."
Outras passagens do Antigo e Novo Testamento: Em Macabeus 12, 43-46 lemos: “E, tendo feito uma coleta, (Judas Macabeu) mandou doze mil dracmas de prata a Jerusalém, para serem oferecidos em sacrifício pelos pecados dos mortos [...]. É pois um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”
Em I Coríntios 3, 10-15 São Paulo nos diz: “Quanto ao fundamento, ninguém, pode pôr outro diferente daquele que já foi posto: Jesus Cristo. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha, a obra de cada um aparecerá. O dia o demonstrará. Será descoberto pelo fogo. O fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo.”
Uma reflexão simples sobre a existência do Purgatório é que Jesus não mente. Se Ele falou dessa "prisão" várias vezes, é porque realmente existe e devemos acreditar.